Jornal de Campinas

Fevereiro Laranja: INCA prevê 11.540 casos de leucemia por ano até 2025

Jamille Cunha é hematologista do Grupo SOnHe/Divulgação

Diagnóstico precoce e tratamento adequado de leucemia garantem qualidade de vida e mais chances de recuperação do paciente

 

A Leucemia Mieloide Aguda (LMA) se tornou palco das atenções no Brasil, chegando a ficar em terceiro lugar no ranking do Google das palavras em alta, depois que a influenciadora Fabiana Justus revelou ter sido diagnosticada com a doença. O anúncio da influenciadora veio no fim de janeiro, às vésperas da campanha de conscientização sobre as leucemias. Fevereiro recebe o laço laranja com a missão de levar informação para as pessoas sobre esse e tantos outros tipos da doença. São pelo menos 12 tipos de leucemia, sendo 4 deles os mais graves. Nessa lista, estão a Leucemia Mielóide Aguda (LMA), Leucemia Mielóide Crônica (LMC), Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) e a Leucemia Linfocítica Crônica (LLC).

 

A leucemia é uma doença maligna, de origem desconhecida, que atinge os glóbulos brancos. Ela provoca o acúmulo de células doentes na medula óssea, também conhecida como tutano, localizada nos nossos ossos e é responsável por fabricar todos os elementos do nosso sangue. De maneira geral, é identificada pelas alterações apresentadas no hemograma. Jamille Cunha, hematologista do Grupo SOnHe, explica que alguns sintomas também podem ser observados. “O sangramento do nariz e da gengiva podem ser um alerta, mas as pessoas se preocupam mesmo quando identificam uma perda de peso repentina e começam a se sentir muito cansadas”, alerta a médica.

 

 As dores pelo corpo e o cansaço levaram a aposentada Fátima de Almeida Ricardo, de 69 anos, a procurar um médico quatro meses depois de ter feitos exames de rotina. Ao repetir o hemograma, para a surpresa dela, veio o diagnóstico de Leucemia Mieloide Aguda (LMA). “Foi terrível! O nome da doença assusta e você não espera por isso, principalmente porque não tem casos na família”, conta Fátima.

 

Alexandrina Aparecida dos Santos, de 58 anos, convive há seis com a Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) e sabe exatamente o que significa receber o diagnóstico da doença. Quando descobriu a LLC, se viu obrigada a mudar de vida. “Vamos cuidar, precisamos seguir”. E assim tem sido. Alexandrina intensificou a atividade física, cortou o açúcar e trouxe ainda mais saúde para a vida. Alexandrina tem tido boas respostas do tratamento.

 

De maneira geral, a leucemia apresenta boas chances de recuperação quando o paciente tem o diagnóstico precoce e já inicia o tratamento adequado. Lorena Bedotti, hematologista do Grupo SOnHe, explica que os avanços dos últimos anos foram importantes para o tratamento da leucemia e vêm garantindo qualidade de vida aos pacientes. “Precisamos desmistificar a doença. A palavra leucemia assusta, mas estamos acessando tratamentos cada vez mais seguros e eficientes”, reforça a médica. Segundo ela, ainda que o tratamento venha sendo aprimorado, é fundamental reforçar que o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), apesar de complexo e com riscos, é o procedimento que apresenta mais chances de cura ao paciente. O TCTH é a substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável. Ele pode ser autogênico, quando as células-tronco vêm do próprio paciente ou alogênico, quando vêm de um doador. A busca tem início entre os familiares e, geralmente, irmãos apresentam 100% de compatibilidade. Quando isso não ocorre, é necessário recorrer ao REDOME, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, daí a importância da doação.

Lorena Bedotti, hematologista do Grupo SOnHe/Divulgação

 

Quem pode doar e como doar?

Pessoas saudáveis, entre 18-35 anos, sem doenças infecciosas, incapacitantes, neoplasias, doenças hematológicas ou autoimunes podem se cadastrar nos bancos de sangue dos Hemocentros para serem doadores não aparentados no REDOME e, assim, ajudar esses pacientes a aumentarem suas chances de cura. Nesta etapa de cadastro há somente a coleta de uma amostra de sangue.

A doação de medula pode ocorrer de duas formas: na primeira o doador é anestesiado em centro cirúrgico e são realizadas punções no osso da bacia para retirada da medula; na segunda forma, o doador injeta um medicamento que estimula a produção de células da medula que serão então retiradas pelas veias dos braços pelo procedimento chamado aférese. Nos dois casos, a medula óssea do doador se recompõe em cerca de 15 dias. Em Campinas o cadastro da medula pode ser feito no Hemocentro da Unicamp. O telefone para informações é 0800 722 8432.

 

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