Jornal de Campinas

Teatro Barracão recebe companhias premiadas de Campinas e Ribeirão Preto, nos dias 20 e 21 de abril

Destroca, da cia dos naufragos/crédito: Noelly Castro_divulgação

Espetáculos do Projeto Terceiro Sinal serão encenados sábado (20/4), às 20h, e domingo (21/4), às 11h, no Teatro Barracão, localizado em Barão Geraldo, em Campinas 

O Projeto Terceiro Sinal, do Teatro Barracão, recebe no próximo fim de semana espetáculos de companhias premiadas de Ribeirão Preto e Campinas. No sábado (20/4), às 20h, a cena será ocupada pelo drama A Garota que guiava trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho, assinado pela Cia A DitaCuja. Já no domingo (21/4), às 11h, a plateia confere o musical infantil Destroca, protagonizado pela Cia. dos Náufragos. O ingresso é sempre no chapéu (contribuição espontânea do público).

A Garota que guiava trens – Cia A DitaCuja         /Foto: Aloander Oliveira

Realizado durante o terceiro fim de semana de cada mês, a partir de uma programação plural de qualidade envolvendo teatro, música, performance ou circo, o projeto é um despertar para a construção de uma cena cultural ativa, popular e democrática. Atualmente, a iniciativa conta com a curadoria artística das companhias campineiras Cia. dos NáufragosCia Histriônica de Teatro, além dos artistas Eduardo Brasil e Tiche Vianna.

“O Terceiro Sinal tem a capacidade de criar um hábito, uma rotina, tornando a cultura artística parte do cotidiano da vida das pessoas. Elas sabem que podem ter uma vivência artística de qualidade, interessante, que faz bem a ela e promove o encontro entre pessoas legais, além de desenvolver pensamento e criatividade, uma vez ao mês. Isso faz com que cada pessoa acrescente a nossa programação no rol de coisas interessantes que ela pode fazer na vida”, destaca a diretora teatral Tiche Vianna, integrante do Teatro Barracão.

O drama

Cia A DitaCuja, grupo teatral de Ribeirão Preto, apresentará o espetáculo A Garota que guiava trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho no sábado (20/4), às 20h.

Criado a partir de histórias recolhidas durante uma viagem da companhia ao longo de uma das últimas linhas férreas do Brasil a manter o transporte diário de passageiros — a Estrada de Ferro Vitória a Minas —, o espetáculo traz à tona a relação das cidades e seus moradores com o impacto provocado pelas grandes empresas da região, tanto no seu desenvolvimento quanto na história recente do Rio Doce e os acidentes ambientais que mudaram não só a paisagem, mas as cidades do entorno.

Na obra, uma jovem maquinista de trem segue a profissão herdada de várias gerações de mulheres da família e se questiona sobre os trilhos do seu destino enquanto segue sua rotina, encontrando figuras marcantes pelo caminho. Um acontecimento inesperado, no entanto, muda o curso da sua história e de todos pelo caminho.

Espetáculo crítico, A Garota que guiava trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho convida todos à reflexão. “Abordar temas críticos num espetáculo teatral é extremamente agregador, faz diferença, principalmente para a juventude, ainda em processo de formação intelectual, vivendo o momento de começar a olhar para o contexto social em que está inserido. Quem desenvolve a habilidade de filtrar o que recebe de fora, a partir de uma ótica mais humanista, com princípios éticos e de diversidade, torna-se capaz de posicionar-se ante a vida em sociedade e protagonizar sua própria história. Esse é o papel do teatro, esse é o nosso trabalho”, diz a atriz e dramaturga Monalisa Machado.

Integram o elenco também: Michelle Maria, Rafa Touso, Monalisa Machado e Tânia Alonso, que também assina a direção junto com Flávio Racy. A trilha sonora foi criada por Guilherme A.B.C. Ishie, os figurinos são assinados por Zezé Cherubini e a cenografia e desenho de luz são criação de Flávio Racy.

 

A companhia

 

Em seus mais de 17 anos de atividade, a Cia A DitaCuja sempre criou espetáculos a partir de pesquisas temáticas, de linguagens e dramaturgia própria, baseadas em processos criativos que deram origem a obras infantis, adultas, de ocupação, de palhaçaria e para a rua.

Simultaneamente, o grupo desenvolve pesquisas em performance e teatro de animação, a partir do teatro lambe-lambe, teatro de sombras e agora também com o boneco híbrido, utilizado no espetáculo.

Nesta técnica teatral, o ator é manipulador de um boneco que se mistura ao seu próprio corpo — em um ato de simbiose — dando forma à performance com elementos de ambos misturados. No jogo do espetáculo, boneco e elenco misturam-se em um hibridismo que começa no corpo e transcende percepções.

 O musical

A premiada Cia. Dos Náufragos, radicada em Campinas (SP), faz um convite aos espectadores de todas as idades: mergulharem no universo plural dos games, dos desenhos animados e das histórias em quadrinhos para acompanhar as peripécias fantásticas de dois irmãos e uma iguana. O fruto dessa combinação de vidrar os olhos de puro encantamento é o musical infantil Destroca, que será encenado domingo (21/4), às 11h.

Sob a direção de Moacir Ferraz (Boa Companhia | SP), os atores músicos Miguel Damha, Esteban Alvares, Gisele Nunes, Graziele Garbuio e Renan Villela conceberam o musical infantil Destroca de forma coletiva a partir da livre adaptação de uma obra literária: Troquei meu pai por dois peixinhos dourados (The Day I Swapped My Dad for Two Goldfish), do reconhecido escritor britânico Neil Gaiman.

Destroca conta a saga de dois irmãos (um menino e uma menina), que, após trocarem o pai por uma iguana com um amigo, partem em uma busca fantástica para recuperar o extraviado genitor e evitar o castigo materno. Detalhe: tudo isso se passa antes da hora do jantar, o que aumenta ainda mais a aventura e as trapalhadas. “O humor é o motor do espetáculo. Acreditamos que aqui ele é o principal recurso não apenas para prender a atenção e entreter o espectador, mas para satirizarmos muitas das situações que exploramos na peça”, avalia ator Miguel Damha, que também assina a dramaturgia original.

Para dar vida a essa trama bastante fantástica, a Cia. Dos Náufragos convoca à cena a estética oriunda da cultura pop dos games, das HQs e dos desenhos animados. Por isso, quem avisa amigo é: tudo na cena é hiperbolizado. “A criança mistura realidade e fantasia o tempo todo. Nosso desejo foi levar essa lógica para cima do palco e contar uma história que só é possível sob a ótica infantil, mas que também entretenha os adultos. E isso está presente em todas as partes: no trabalho de atuação, na execução da trilha, no cenário e na iluminação”, conta o diretor Moacir Ferraz.

Projeto Terceiro Sinal | Edição Abril

 Sábado (20/4), às 20h

A Garota que guiava trens, no de repente de uma tragédia sem tamanho, da Cia A DitaCuja

Domingo (21/4), às 11h

Musical infantil Destroca, da Cia. dos Náufragos

Onde:  Teatro Barracão (Rua Eduardo Modesto, 128, Vila Santa Isabel, em Barão Geraldo, Campinas/SP).
Quanto: Ingresso no chapéu (contribuição espontânea).
Informações: (19) 99883-9872 e @teatrobarracaocampinas

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