Jornal de Campinas

Vera Cruz Hospital realiza cirurgia inédita para corrigir fibrilação atrial

Equipe que acompanhou o procedimento no Vera Cruz Hospital/ Foto: Arquivo pessoal

 

O pioneirismo é uma das bases do trabalho desenvolvido pelo Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), ao longo de seus 81 anos de dedicação à saúde. A mais recente inovação foi realizada na primeira quinzena de novembro: uma cirurgia com campo pulsado para a correção de arritmia em fibrilação atrial, ou seja, estímulos desregulados no batimento cardíaco. Essa foi a primeira cirurgia do gênero na Região Metropolitana de Campinas (RMC), um recurso extremamente avançado que, até o momento, foi realizado somente em 100 pacientes no Brasil. Dentre as principais vantagens deste procedimento está a segurança do paciente, especialmente devido ao seu alto nível de precisão. O paciente que passou pelo procedimento em Campinas é do sexo masculino, tem 57 anos, teve alta médica no dia seguinte à cirurgia e passa bem.

 

O médico cardiologista Fernando Porto, coordenador do grupo Campinas de arritmia do Vera Cruz Hospital desde 1999, explica que a arritmia de fibrilação atrial é hoje uma das mais prevalentes em todo o mundo. “Dentre os fatores de risco, podemos citar o envelhecimento da população e o estilo de vida das pessoas. Trata-se de uma doença muito limitante que causa muitos sintomas cardíacos, palpitações, limitações físicas, pode causar insuficiência cardíaca e até levar ao AVC (Acidente Vascular Cerebral). Ou seja, essa arritmia tem um impacto muito grande na vida das pessoas”, salienta.

 

Com experiência de mais de duas décadas na técnica convencional, o especialista explica no que consiste o novo procedimento. “Essa técnica, que é uma forma de energia nova, permite que por meio de um cateter, introduzido por meio da veia femoral na perna do paciente, se possa chegar até a parte interna do coração e aplicar o que chamamos de campo pulsado, uma energia ao redor das quatro veias que ligam o pulmão ao coração, resolvendo de forma precisa o problema”. Na técnica convencional, esse procedimento é feito por meio de calor ou frio, tendo o risco de danificar as estruturas que estão ao redor do coração.

 

O procedimento dura aproximadamente uma hora, enquanto o método convencional leva em média duas horas e meia. O novo procedimento é realizado na sala de cateterismo e requer anestesia geral, não tem cortes, apenas um furinho na parede do coração.

 

Recomendação

O procedimento não é recomendado para todos os pacientes com o problema. “É indicado para pacientes diagnosticados na fase inicial, com idade acima dos 40 anos. Para crianças ainda não temos uma margem de segurança, então ainda não se aplica aos tratamentos infantis”, salienta.

 

A equipe que participou do procedimento foi composta pelo Dr. Fernando Porto, além dos médicos Adão Lucena, Halim Cury, Guilherme Viana e José Marco Lima, todos integrantes do grupo de arritmia do Vera Cruz Hospital, em Campinas.

 

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