A Orquestra Anelo, maior grupo instrumental pertencente ao Instituto Anelo, uma associação sem fins lucrativos que oferece aulas gratuitas de música na região do Distrito do Campo Grande, em Campinas (SP), realiza uma live especial para marcar o lançamento de seu novo vídeo, com a composição “Cadê a Marreca”. Será neste sábado (22/8/2020), às 17h, no canal oficial do Instituto Anelo no YouTube.
“Cadê a Marreca” foi composta pelo multi-instrumentista Arismar do Espírito Santo, que participa do vídeo tocando cavaco e será um dos convidados do evento virtual, que também terá um bate-papo sobre a realização deste trabalho. Trata-se do terceiro vídeo da Orquestra Anelo produzido a distância durante o período de isolamento social, decretado devido à pandemia da Covid-19 – os outros são “Uma Samba Pra Laís”, de Josimar Prince, e “Loro”, de Egberto Gismonti.
Além de Arismar do Espírito Santo, participam da live o coordenador geral do Instituto Anelo, Luccas Soares, e os seguintes integrantes da Orquestra: Guilherme Ribeiro (maestro titular e arranjador); Vinicius Corilow (saxofonista e maestro assistente); Tércio Pereira (saxofonista, arquivista e diretor de palco); Julia Mazzotti Toledo (pianista, produtora e responsável pela edição do vídeo); Henrique Manchuria (trompetista e responsável pela mixagem dos áudios); Jéssica Rodrigues (trompetista); e Levi Macedo (guitarrista e violonista).
“Essa é uma música que já fez parte do repertório da Orquestra no seu início, quando o grupo ainda não tinha seus naipes completos”, lembra Guilherme Ribeiro. “Por essa razão, o arranjo sofreu modificações a partir da entrada de novos integrantes. É um arranjo antigo com cara de novo”, diz Guilherme Ribeiro.
Formada em 2018, a Orquestra Anelo é dedicada à formação de repertório arranjado, tendo a música brasileira e o jazz americano como referências estéticas. Conta atualmente com 20 integrantes, entre professores e colaboradores do Instituto Anelo, mais o maestro e o maestro assistente.A “CADÊ A MARRECA?”
Arismar do Espírito Santo conta que “Cadê a Marreca?” foi composta após um episódio inusitado envolvendo uma iguaria da culinária catarinense, o Marreco Recheado, ou, nesse caso, uma marreca. Ele lembra que estava na cidade de Itajaí, em Santa Catarina, para uma série de aulas em um festival de música. “As aulas eram das 14h às 18h, mas eu sempre estendia o horário.”
Pois num desses dias de “horário estendido”, e nos quais mal tinha tempo para comer, que um colega músico o avisou que a avó havia preparado especialmente para ele a sua receita de Marreca Recheada, prato de longo e complexo preparo. A marreca, avisou o amigo, estava guardada no forno da cozinha da escola. “Porém, quando fui à cozinha e abri o forno, só encontrei os ossos”, lembra o músico.
Dois anos depois, o diretor do festival contou a Arismar que quem comeu a marreca foi uma senhora que trabalhava na escola como servente. Ela tinha um vida sacrificada e não havia comido nada naquele dia. Ao abrir o forno e se deparar com a ave, a senhora não teve dúvidas: comeu tudo. Vale aqui um parêntese: três dias após o episódio do forno vazio, Arismar pode, enfim, experimentar o famoso prato, já que a avó do amigo fez questão de cozinhar outro para ele.