Jornal de Campinas

Janeiro branco: como diminuir os impactos da tecnologia na saúde mental

Coordenador do curso de psicologia afirma que o problema não está no que as tecnologias oferecem, mas como as utilizamos

Cerca de 450 milhões de pessoas no mundo sofrem algum transtorno mental e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada quatro pessoas vai ser afetada durante a vida. Para conscientizar a população e promover a compreensão diante desses dados alarmantes surgiu o Janeiro Branco, uma campanha que estimula o cuidado com a saúde mental e ressalta a importância da prevenção desse mal que afeta a mente e o emocional. Segundo José Anizio Marim, coordenador do curso de Psicologia do UniMetrocamp | Wyden, o excesso de informações combinado às diferentes tecnologias contribuem para o surgimento de casos de depressão, ansiedade e estresse, que levam as pessoas buscarem refúgio nas redes sociais.

“O problema não está no que as tecnologias oferecem, mas como as utilizamos. O individualismo tem modificado a forma como nos relacionamos, podemos sim obter likes como reforçadores sociais ao nosso ego, mas além dos likes também podemos estabelecer conexões com coletivos que podem produzir algo bom juntos. A tecnologia da informação não é o mal-estar da civilização, é a forma como a utilizamos que desencadeia isso”, afirma o coordenador. 

Para Marim, os cuidados com a saúde mental devem ser diários, e a psicoterapia é uma ferramenta fundamental para auxiliar nesse processo. “Além dos serviços particulares em saúde mental, há também, apesar de poucos, serviços públicos e de instituições não governamentais que podem oferecer esse suporte”, indica. Somados à psicoterapia, outros recursos para cuidar de si podem ser alternativas saudáveis, como buscar atividades relacionadas aos cuidados pessoais, a prática de atividades físicas, além de estabelecer relacionamentos e redes de apoio afetivo e emocionais sólidas.

Vivemos um momento em que recebemos tantas informações que as notícias são facilmente substituídas e esquecidas. Mas, segundo Marim, o real problema está na forma como lidamos com isso. “Estamos deixando de lado a sabedoria para ler, analisar e ponderar tanta informação. Acabamos nos apropriando de verdades provisórias sem ter um senso crítico. Nosso mal está em não ponderar a imediaticidade das coisas”, finaliza ele.

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